sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Um Recado aos Professores – 15 de Outubro de 2011.

Existem certas aulas que não aprendemos na escola. Na verdade, muitas coisas na vida se aprendem fora dela. Mas, engana-se profundamente quem pensa dessa maneira. Não existe maior lição de vida e de conhecimento que aquela vivida e absorvida na escola.

Ser professor no Brasil requer um enorme esforço. Muitos vocacionados ao magistério sentem o peso que é abraçar a profissão e missão que é base para todas as outras. Não precisamos repetir sobre a falta de condições, da remuneração abaixo do necessário, das brechas e perda da autoridade que outrora tínhamos, da tripla missão que nos imputam: simultaneamente ser pai/mãe; psicólogo - terapeuta, e enfim professor.

Teríamos muito mais a elencar e filosofar sobre o tema. Porém, hoje não tecerei reclamações. Isso, nós fazemos todos os dias.

"Um professor influencia mais a personalidade dos alunos pelo que é do que pelo que sabe."
#livro Pais brilhantes, professores fascinantes

Nessas poucas linhas que escrevo, quero professar a admiração que tive nessa linda e tortuosa carreira que escolhi. Desde que adquiri noções básicas e consolidadas de “tentar pensar como gente grande” – começava a adolescência – era isso que eu queria fazer. Não me imagino fora da sala de aula. Lembro-me constantemente dos professores tão diferentes em seus estilos de vida, da maneira de ensinar, do seu palavreado, da forma que se postavam em relação às turmas, no carinho, no medo ou no pavor que sua figura gerava em cada um de nós, alunos aquela altura.

Essas lembranças que hoje guardo com carinho e bom humor de meus ex-professores é o que me fazem continuar firme. As tenho em mente, agora, enquanto professor. Sei que onde passamos, em cada turma, em cada sala de aula, deixamos marcas indeléveis, boas ou ruins, sábias ou ignorantes, geniais ou estúpidas, mas que estão lá registradas... ah, se estão.

E nesse dia, dia do professor, quero deixar como mensagem aos meus ex-professores, e também aos atuais, colegas e amigos de labuta diária em diversas salas de aula, aqueles com os quais muito aprendi por que muito me ensinaram, não só conteúdos de geografia, história, português, matemática... Mas, sobretudo, de enxergar como é bela e promissora a vida desde que bem vivida e pautada na dignidade e afinco aos estudos:
O MEU MUITO OBRIGADO, MESTRES!

Parabéns pelo seu dia, Professor(a)!
Márcio Bezerra da Silva. Prof. De Geografia.


 Ensinando e Aprendendo - Isso é ser professor!

domingo, 9 de outubro de 2011

7º Ano - Desigualdade Regional no Brasil – Propostas Separatistas


As desigualdades regionais no Brasil têm suscitado até mesmo propostas separatistas, isto é, de pessoas ou políticos que apregoam a autonomia ou separação de sua região - principalmente o Nordeste e o Sul do país - como forma de superar o subdesenvolvimento. A partir dos anos 1980, com a crise econômica e social do país, essas idéias tiveram maior difusão.




No caso do Nordeste e da região Norte, argumenta-se que essas regiões são sacrificadas pela prioridade dada ao Centro-Sul; funcionando como unidades políticas autônomas, seria maior a industrialização e desenvolvimento destes novos estados. Alguns políticos e intelectuais nordestinos e nortistas divulgam esse ponto de vista, onde essas regiões são potencialmente ricas e, que por si só, iriam melhorar a si mesmas e ao restante do país. O que em parte, não é falso. Existem mesmo muitas potencialidades para alavancar a Região.

Apesar de existirem alguns elementos verdadeiros em todos esses argumentos, na realidade eles são falsos em suas conclusões.

Algumas áreas do Nordeste são, de fato, grandes fornecedoras de mão-de-obra barata e matérias-primas para o Centro-Sul, especialmente para suas áreas mais industrializadas, que, por sua vez, fornecem bens manufaturados àquelas regiões. Mas não apenas elas desempenham esse papel; também inúmeras áreas do Centro-Sul se baseiam na agropecuária ou na mineração, fornecendo força de trabalho para as partes mais industrializadas dessa região do país. Uma boa parte dos trabalhadores em São Paulo, por exemplo, vieram do interior de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás e de outros estados não nordestinos.

Mesmo no Nordeste há áreas industrializadas que recebem migrantes. Basta ver que em duas décadas e pouco, de 1980 a 2005, a Bahia - e em particular o Recôncavo - foi uma das áreas que conheceram maior crescimento industrial no Brasil. Também, outros estados nordestinos, como Ceará e Maranhão, conheceram nesse período crescimento econômico superior à média do país e até do Centro-Sul. Além do mais, baixos salários não constituem uma característica tão-somente do Nordeste, mas do Brasil em geral. Não são apenas os operários nordestinos que recebem baixos salários no parque industrial de São Paulo ou de Belo Horizonte, mas a maioria dos trabalhadores de forma geral. 

O governo deve investir mais em regiões mais pobres como forma de tentar diminuir as desigualdades espaciais.

Investir em áreas - cidades ou regiões ­ mais pobres, tirando uma pequena parcela dos recursos dos locais mais ricos, é legítimo e justificável por vários motivos, além de corrigir os desequilíbrios regionais. Um deles é gerar empregos para conter nessas regiões mais pobres ou menos desenvolvidas o grande número de migrantes que vai para as demais áreas do país, onde contribuirão para agravar os problemas de falta de moradia ou de infra-estrutura (transporte coletivo, asfalto, eletricidade, água tratada, etc.), que exigem investimentos muito maiores do que aqueles transferidos para as localidades mais pobres. Outro é contribuir para a conservação ambiental e dos patrimônios culturais, pois, em geral, apesar de existirem exceções, as áreas mais pobres ou menos industrializadas possuem paisagens naturais (ou, às vezes, também heranças de outras épocas, isto é, patrimônios culturais tais como estilos de arquitetura, tipos de cidades do passado, etc.) menos transformadas que as regiões mais industrializadas.

Problemas Comuns

Há, na realidade, uma série de problemas ou distorções comuns em todo o país, apesar das particularidades regionais e locais, e que devem ser enfrentados em conjunto: excessiva concentração na distribuição social da renda e das terras, corrupção em larga escala e mau uso dos recursos públicos, altos níveis de criminalidade em geral, escolarização precária e deficiente, péssimo sistema previdenciário e de saúde pública, enorme insuficiência de moradia popular, etc. De nada adiantaria a autonomia de qualquer região sem modificar esse conjunto de problemas.

Não há dúvida de que, como argumentam vários autores, quanto menor for à extensão geográfica e o efetivo populacional de uma unidade política, maiores serão as chances de haver uma democracia mais participativa. O controle dos cidadãos sobre o uso dos recursos públicos, com uma maior facilidade de fiscalizar, de ver o que está sendo feito, de saber quem é quem, etc. tornam-se vitais, independente de quantos Estados existam. Mas, isso é apenas teoria e nada garante que todo separatismo ou nova divisão político-territorial vá de fato produzir esses resultados.

Na verdade, muitas idéias de separatismo como solução para os problemas locais costumam ser uma forma de desviar a atenção, de esquecer as origens sociais e políticas desses males e colocar em seu lugar uma diferenciação espacial ou territorial. Em muitos casos, trata-se apenas de tentativas de mistificar a realidade, encontrando um bode expiatório - seja o Centro-Sul, seja o Nordeste - para as verdadeiras causas do subdesenvolvimento nacional.

Para finalizar essa análise, vejam:
1º Vídeo: Brasil - Novas Federações - imagem mostra o que muda se aprovada criação de novos Estados
http://www.youtube.com/watch?v=WyYTJFef7eM
2º Vídeo: Especialistas debatem sobre a criação de novos estados no Brasil Parte 1/2
 

http://www.youtube.com/watch?v=O_nzURi8ObI&feature=related

(caso ocorra algum erro com os vídeos, copie e cole no seu navegador o link disponvel!)
Refletindo sobre os Vídeos: Após assistir os 2 vídeos, Escreva um pequeno texto expondo sua análise sobre a criação de novos estados para o Brasil.

Pensando sobre o Texto:
1) Explique em quantas unidades e quais os fundamentos das propostas separatistas admitidas no texto.

2) Usando suas palavras, Justifique, em linhas gerais, Quais foram os argumentos usados para se perceber que as conclusões separatistas são falsas?

3) Elenque os principais desafios que são comuns as diferentes regiões do Brasil.

8º ANO - Pobreza e Desigualdade Social – Males da Humanidade.

Embora se tenham registrado alguns progressos nas condições de vida dos habitantes de alguns países a «Ásia continua a ser uma das zonas mais pobres do mundo», segundo um estudo realizado pelo Centro de Estudos do Desenvolvimento, de Islamabad (Paquistão). Os países mais pobres da Ásia são o Bangladesh, Butão, Índia, Nepal, Paquistão, Sri Lanka e ilhas Maldivas, onde mais de 50 milhões de pessoas vivem na mais absoluta pobreza. A situação poderia, contudo, modificar-se se os respectivos governos reduzissem drasticamente as despesas com armamento e com o exército.

A opinião mais difundida entre os estudiosos do desenvolvimento dos países nos anos 50 e 60, era chamada TEORIA DO “TRICKLE-DOWN”, e o que diz essa teoria? Os frutos do crescimento econômico se propagam automaticamente por todas as camadas sociais. Vão primeiro para os ricos e, então, aos pobres, a partir do momento em que os ricos se põem a gastar a renda obtida. Logo, o modo mais eficaz de reduzir a pobreza seria promover um crescimento econômico acelerado para os pobres ganharem com esses recursos verticalmente derramados do topo da pirâmide. De sorte que, crescimento econômico como conseqüência lógica, reduziria a desigualdade social e, sobretudo, a pobreza. Assim, este trinômio se acha firme e positivamente associados.

Todavia, algumas dessas conclusões geraram controvérsias e contestações. O que os críticos a essa visão refutam?

Ao longo de mais de quatro décadas de análises de dados, essa teoria, apenas descreve as tendências em média, mas não dão conta das experiências concretas de cada país. As políticas de maximização do crescimento talvez se apliquem a alguns, mas não a outros, que podem precisar de políticas explícitas destinadas a reduzir a pobreza e a desigualdade.

Sem dúvida, o crescimento econômico exerce uma influência capital sobre as taxas de pobreza, ao gerar um aumento de bens e serviços que podem assim ser distribuídos entre a população. Se todos os indivíduos são beneficiados na mesma proporção, as taxas de pobreza teriam de baixar rapidamente. Mas, em fases de crescimento econômico, não há como evitar que proporcionalmente uns recebam maior parcela, o que afeta os níveis de desigualdade e, portanto, o ritmo de redução da pobreza.
Alterações nos índices de pobreza de dado país estão condicionadas a dois fatores. O primeiro é a taxa de crescimento econômico: quanto mais elevada, maior a redução nos índices de pobreza. O segundo é o grau em que os frutos do crescimento são colhidos pelos pobres. Esses dois fatores podem tomar rumos opostos e, portanto, uma taxa positiva de crescimento pode até redundar em mais pobreza se for acompanhado por um aumento na desigualdade. O aceleramento do ritmo de redução da pobreza pode exigir um misto de políticas que agilizem o crescimento e também melhorem a distribuição da renda numa sociedade.

De Dez Pessoas na Índia, Seis Preferem Fazer Suas Necessidades ao Ar Livre
Comunidade pobre em Nova Déli. Condições sanitárias preocupam as autoridades. Foto: AP

NOVA DÉLI - O ministro do Desenvolvimento Rural da Índia, Jairam Ramesh, está promovendo uma campanha educacional com o objetivo de melhorar a saúde pública do país. A decisão foi tomada neste domingo, após a divulgação de uma pesquisa do UNICEF, da ONU, que mostrou que 58% da população indiana (seis pessoas a cada dez) não têm sanitários em casa e prefere defecar ao ar livre.

Ramesh afirmou, também no domingo, que o resultado da pesquisa é motivo de "vergonha nacional" e é uma "prova triste" sobre a falha da sociedade em não abordar o tema na educação básica e melhorar as condições sanitárias na Índia. De acordo com o ministro, a sujeira não só afeta os cidadãos e o espaço público como também ao meio ambiente, pois os rios no país viraram drenos para o esgoto. O governo indiano afirma que gasta cerca de US$ 350 milhões por ano com a construção de sanitários, mas cerca de 638 milhões de habitantes preferem fazer suas necessidades fisiológicas em lugares isolados, no campo, ou em esquinas escondidas nas cidades.

A mesma pesquisa do Unicef mostrou que em segundo lugar estão empatados a China e a Indonésia no número de pessoas que não usam sanitários.

Mais de 1 bilhão vivem na pobreza na Ásia e região do Pacífico


GENEBRA - Cerca de 1 bilhão de trabalhadores da Ásia e região do Pacífico ganham menos de US$ 2 por dia, o que demonstra que o forte crescimento dos investimentos e da produção na região não têm sido suficiente pra aumentar a força de trabalho. O informe "Atingir o trabalho decente na Ásia", elaborado pela Organização Internacional do Trabalho e divulgado nesta segunda-feira, servirá de documento de trabalho na XIV Reunião Regional Asiática da OIT. O objetivo da reunião, que começa nesta terça-feira na cidade sul-coreana de Busan, é estudar novas estratégias para criar emprego digno e produtivo e assim reduzir a pobreza na região onde as taxas de desemprego atuais superam as de cinco ou sete anos atrás.

- O desafio do emprego é enorme. Com cerca de 1,9 bilhões de mulheres e homens trabalhando, a força de trabalho asiática é gigantesca e crescerá na próxima década em pelo menos 14%, atingindo 250 milhões de pessoas a mais - disse o diretor-geral da OIT, Juan Somavía, em comunicado. O problema do desemprego é especialmente angustiante entre os jovens asiáticos, já que 41,6 milhões estão fora do mercado, o que representa 48% de todos os desempregados jovens em todo o mundo. "A brecha existente entre crescimento e criação de emprego produz - segundo Somavía - um déficit de trabalho e freia os esforços para reduzir a pobreza".

Na China e Índia, por exemplo, a produtividade no setor manufatureiro aumentou 170% e 84%, respectivamente, desde 1999. Enquanto na China os salários reais cresceram menos de 80%, no segundo, caíram 22%. O informe ressalta também outros problemas do mercado de trabalho local, como as desigualdades de gênero que persistem em muitos países da região. As trabalhadoras manufatureiras em Cingapura ganham, em média, 61% do que recebem seus colegas homens, segundo a OIT.  Na região ainda há 122,3 milhões de crianças trabalhando (64% do total mundial), um milhão de trabalhadores morrem por ano em acidentes e enfermidades relativas ao trabalho, enquanto que a participação dos sindicatos oscila entre 3% e 8% da força de trabalho em países como Bangladesh, Tailândia, Malásia e Coréia do Sul. Na Nova Zelândia, Austrália e Cingapura, entre 16% e 19%.

Durante a reunião, que se prolongará durante toda a semana, representantes de governos, empresários e trabalhadores de 40 países membros da OIT debaterão sobre esses e outros desafios trabalhistas que a região enfrenta.

Para Finalizar, assistam a estes vídeos:

 
ÁSIA
Um incrível passeio pela Ásia, onde se notam as diferenças culturais, gritantes desigualdades sociais, múltiplas crenças religiosas etc.

BBC Brasil Multimídia Desigualdade ameaça crescimento da Índia a longo prazo


(copie e cole o link no seu navegador caso aconteça algum erro no vídeo!)


Refletindo sobre o Vídeo:  
O 1º Vídeo é pra você caro/cara aluno/aluna apenas observar os países que formam a Ásia. Não é preciso refletir sobre ele.
O 2º Vídeo sim. Este Mostra as realidades muito diferentes de duas mulheres de mesmo nome na Índia. Escreva com suas palavras, como e porque num mesmo local, podemos encontrar espaços e pessoas vivendo em tamanha desigualdade.


Pensando sobre o Texto:
1) Explique com suas palavras quais são os argumentos favoráveis e contrários a teoria do  “TRICKLE-DOWN”.

2) A noticia retrata que 58% da população de Nova Déli (Índia) tem um curioso “hábito”. Cite-o e explique suas causas.

3) Justifique com suas palavras o tema da reportagem que afirma: “Mais de 1 bilhão vivem na pobreza na Ásia e região do Pacífico (...) onde o emprego é um desafio enorme”.